tag:blogger.com,1999:blog-91433894100405463672024-03-05T08:33:49.356+01:00@aeriene@aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.comBlogger18125tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-55212657145880137502013-04-28T18:34:00.001+02:002015-11-05T16:45:13.669+01:00Guerra e paz<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUlq3BDuIBAsR55F5YG23YIriVBBp-rrbam20Bpu5bOzckisld401CuW075J7ByaQnBUXhXvXARWvPAKu4KMEPD789SdqXIlrQuAf20OvNITfCHl71i5d3z6GvbQe1riBSWLFTpUkhQ-s/s1600/165420_4131506186046_1989975835_n.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUlq3BDuIBAsR55F5YG23YIriVBBp-rrbam20Bpu5bOzckisld401CuW075J7ByaQnBUXhXvXARWvPAKu4KMEPD789SdqXIlrQuAf20OvNITfCHl71i5d3z6GvbQe1riBSWLFTpUkhQ-s/s320/165420_4131506186046_1989975835_n.jpg" /></a><br />
<br />
Durantes um mês, preparei a guerra. Não sabia que estava a preparar, também, a paz. Há um filósofo que diz que tudo existe pelo seu contrário: só conhecemos a alegria, porque existe a tristeza, o sim existe no não. Não há paz sem guerra.<br />
Durante anos, aprendi que fazemos escolhas em cada momento, escolhemos olhar ou escolhemos ver. E, em cada escolha, estamos sempre sozinhos, é essa a condição humana. E nunca saberemos se a outra opção, aquela que não escolhemos, seria melhor.<br />
É a minha primeira batalha. Interrogo-me quantas batalhas terei de ganhar para chegar ao fim da guerra. Tenho um medo enorme de sofrer. Preparo todas as armas, elimino possíveis inimigos, qual estratega na hora da luta. Durante esse mês, corpo e mente preparam-se para lutas infindáveis de desejos e tentações. “E livrai-nos das tentações”, não há deus que me valha! É muito fácil culpar os deuses das nossas derrotas, ou agradecer-lhes as nossas vitórias. O meu caminho é mais difícil, mas sou eu que escolho. Vou sofrer mais? Talvez, mas o prazer será muito maior!<br />
Levanto-me com o medo da luta, mas vou em frente. Mergulho na piscina e nado com força, o meu corpo agradece a água como um conforto. A minha alma serena no cansaço do nadar rápido. A caminhada aquece-me no dia frio de janeiro e eu sorrio, a primeira batalha está ganha.<br />
Muitos dias se seguem e, cada vez mais serena, as minhas vitórias espelham-se na minha pele, sedenta de uma vivência diferente. Sou cada vez mais senhora de mim. O meu sorriso tem mais cor, o meu corpo afina-se na sedução, o meu olhar é brilhante. E cada batalha, em cada dia, dá-me a força para continuar. Às vezes dói, dói tanto! Mas são minutos, depois é a paz! Esta já ganhei! Haverá mais batalhas, mais dores! Haverá mais paz!<br />
Hoje cruzo-me com uma colega. Rio-me para ela:<br />
- Este ano, os nosso horários são tão diferentes! Já tinha saudades tuas.<br />
Ela olha-me agradada.<br />
- Estás tão bonita!<br />
- Ah, fui ao cabeleireiro, deve ser isso!<br />
- Não. É a tua pele! Tão transparente, tão branquinha! Fizeste uma limpeza?<br />
- Não! Deixei de fumar!<br />
<br />
@@@aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-43471210167953372382011-01-01T13:25:00.001+01:002011-01-01T13:25:23.257+01:00feliz ano novo @@@<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVgCukOWR2BtXGtXLDCcppkKD-WsLXlLPg_scarwneOYG5n6uVb2nTFaZkoMphOwFLhsOeM-LoysfNB4jovVmPu6OY2YlgYzITnB23uvp1MXUKLMuQu0nKu8FR6HxnT34Rf2cb2D4gvAw/s1600/166623_1376006980288_1835260428_721540_4378769_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="240" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVgCukOWR2BtXGtXLDCcppkKD-WsLXlLPg_scarwneOYG5n6uVb2nTFaZkoMphOwFLhsOeM-LoysfNB4jovVmPu6OY2YlgYzITnB23uvp1MXUKLMuQu0nKu8FR6HxnT34Rf2cb2D4gvAw/s320/166623_1376006980288_1835260428_721540_4378769_n.jpg" /></a></div><br />
Amanhã… é bom! (perdoem-me o erro de sintaxe)<br />
<br />
Todos os anos renovamos intenções.<br />
Todos os anos dizemos vou ser isto ou aquilo.<br />
Todos os anos queremos mudar.<br />
Todos os anos sonhamos novas formas de vida.<br />
Todos os anos, nesta altura, fazemos balanço do que fomos e do que não fomos. E amanhã, dizemos nós, será diferente!<br />
<br />
É sempre diferente! Somos seres em constante mudança! Às vezes, sorrimos e dizemos yesssssssssssssss é bom! Outras vezes choramos e gritamos o não termos conseguido.<br />
Não faz mal! É preciso que continuemos a sonhar. É preciso que continuemos a tentar mudar! É essa a permanente construção. Porque estamos vivos e é bom!<br />
Caímos? Tenhamos força para nos levantarmos! E será bom esse levantar doloroso!<br />
Somos imperfeitos? Somos humanos! Os deuses estão nos céus e são eles as criaturas perfeitas.<br />
Afirmo sempre, em cada instante, o meu direito de errar. E digo amanhã não voltarei a fazer isto. E faço! E caio! E tento de novo!<br />
<br />
Sou Sísifo que arrasta a pedra até ao alto da montanha e está quase quase lá a chegar e a pedra rola pela montanha abaixo. E ele vai buscá-la e tenta de novo. Tal como Sísifo, todos os dias o meu sorriso tem a coragem de Sísifo no querer ir sempre mais além.<br />
<br />
A minha coragem e o meu ser feliz é este sorriso com que me levanto todos os dias.<br />
<br />
Feliz Ano Novo num sorriso @@@<br />
<br />
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Era uma vez… há muitos muitos dias eu escrevi um texto sobre Fernão Capelo Gaivota. Apenas porque é um filme, palavras, música de vida para mim.<br />
Resolvi partilhar neste Natal esses meus pensamentos e acrescentar-lhes algo.<br />
Não tem nada a ver com o Natal? Tem sim!<br />
<br />
É a história de uma gaivota, o seu sonho de voar. As suas asas são cantadas em céus de sonho e mares que se misturam. Nesse voo solitário mas divino, também eu estou, estamos todos nós.<br />
A história de Fernão Capelo Gaivota – o mar, a ave que voa, a música – faz sonhar. Imagens e música são um hino à vida, um hino ao sonho, sobretudo à capacidade de sonhar, mesmo que se caia! E tantas vezes caímos! Tantas vezes nos levantamos! Temos essa capacidade enorme e bela de se ser louco!<br />
<br />
Voar, querer ir sempre mais além, não ficar parado à espera que os deuses se dignem olhar-nos, sermos nós a pedir-lhes o sangue (que certamente eles retomarão) que nos tiram sempre que vivemos. É a mensagem da gaivota, símbolo de homens inteiros capazes de partir em busca do sonho e o mais importante não é o atingir do sonho – há sempre novos horizontes para descobrir quando chegamos à primeira linha. O segredo está sim nessa busca permanente, na luta às vezes dolorosa, mesmo que nunca cheguemos à linha do horizonte. O importante é partir, é buscar, é ter fé, acreditar que a vida é sempre mais além. Acreditar!<br />
<br />
E sempre que acreditamos, é Natal! Sempre que nos levantamos depois da luta dolorosa, é Natal! Porque ressurgimos. Porque renascemos.<br />
Porque somos vida a acontecer!<br />
Natal é este ser capaz de ser louco em sonhos de humanidade!<br />
<br />
Era uma vez… o Natal que acontece sempre que sonhamos.<br />
Feliz Natal num sorriso @@@<br />
<br />
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</div><meta content="text/html; charset=utf-8" http-equiv="Content-Type"></meta><meta content="Word.Document" name="ProgId"></meta><meta content="Microsoft Word 11" name="Generator"></meta><meta content="Microsoft Word 11" name="Originator"></meta><link href="file:///C:%5CUsers%5CNGELA%7E1%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtml1%5C01%5Cclip_filelist.xml" rel="File-List"></link><style>
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<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Hoje eu dispenso a minha rosa. Não quero rosas em data marcada. Quero rosas todos os dias e todos os dias parabéns por ser mulher. Não quero rosas que sabem a sangue de uma luta milenar. Hoje sou mulher como todos os dias. E em cada dia luto por esta minha liberdade de ser fêmea. Todos os dias afirmo este meu ser feminina, mas não sou feminista. Até na gramática o masculino impera! Tenho três raparigas e um rapaz na minha frente e tenho de dizer eles. Dispenso um mundo onde é necessário o feminismo. Não quero esse mundo onde se morre porque se é mulher!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Gosto de usar saltos altos, gosto de pintar as unhas dos pés com flores, e das mãos também. Gosto de pôr madeixas coloridas no meu cabelo. Gosto dos meus sutiens, das minhas saias minis, dos meus brincos coloridos e das minhas pulseiras, gosto de bambolear as ancas no meu bikini quando vou ao mar. Gosto de usar calças que me dão a liberdade no mexer e me marcam ancas e pernas. Gosto de pôr um baton e seduzir o companheiro ao meu lado. Gosto de rir às gargalhadas com uma boa anedota. Quero continuar a chorar como uma madalena quando vejo um filme que me emociona. Gosto daquele meu vestido negro que nada revela e tudo sugere, adoro pôr a imaginação de um homem a trabalhar. Gosto de seduzir um homem.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Ah! Eu gosto de homens. Homens que são masculinos por inteiro e não entram em competição comigo. Gosto que um homem me admire, que me abra a porta do carro, que me sirva o vinho num jantar a dois. Gosto de um homem que me ofereça uma rosa bem vermelha porque sim num dia qualquer. Gosto de homens que me saibam dizer gosto de ti mulher.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Hoje eu dispenso a minha rosa. Vou dá-la a um homem que saiba tratar-me como mulher.</span></div>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-22361007296733364212010-02-25T10:31:00.002+01:002010-02-25T10:31:55.967+01:00na calada do amanhecer @@@<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ZdoW37R0UJqhqAkPQTUOd96uirylIEMBEzNjKaLVZw_RpgtNH1xMi2LamnlPVw2uVnIqRPTnYwOU3q98p1S6W3qjM_-6CC0wgyRPI9z8aqC_CU2Xs_-ZeGlADeqy_bi9opbi-CMzixI/s1600-h/amanhecer11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ZdoW37R0UJqhqAkPQTUOd96uirylIEMBEzNjKaLVZw_RpgtNH1xMi2LamnlPVw2uVnIqRPTnYwOU3q98p1S6W3qjM_-6CC0wgyRPI9z8aqC_CU2Xs_-ZeGlADeqy_bi9opbi-CMzixI/s320/amanhecer11.jpg" /></a> </div><span class="z19Dle zG9tqc" id="col-z13zeh5iqlnbtvjxt04cezh4dxevtrooayc0k"><span class="zo"><span class="HgYomf"><span class="QGJaM Ig" style="display: block;">Nunca seremos condenados pelo gostar, pelo sonhar, pelo menos não desta maneira. Já houve sonhos condenados, já houve um gostar proibido. Mas agora não! Aliás digo sempre, nunca, mas nunca, pedirei perdão de gozar o prazer e tornar a dar de mim. É a letra de uma canção, mas tomo como minhas estas palavras. E eu aprendi a sonhar e a gostar em liberdade. <br />
<br />
Sorrio na manhã que começa calada e se vai enchendo dos ruídos da vida. E penso na noite que vives dentro de ti. Sorrio à tua imagem inventando, na calada da noite, palavras que extravasem um sentir mágico de sensações na alma que te chegam ao corpo num prazer nunca definido. Porque não me sabes ainda. Porque ainda não sabes o que é um mar sem praias. <br />
<br />
E há sensações, há um sentir, que são únicos dentro de nós, mas são sublimes quando partilhados. E aí procuramos o prazer vão de outras palavras, que nos deixam insatisfeitos, esgotados, porque procuramos nelas o sentir único de um outro que desejamos. E na noite desvairada, procuramos esse prazer e depois quase gritamos na dor infinda do não ser. Não!!! Não te percas no desvario de um desejo que não controlas! Porque na noite, apesar de partilhas desvairadas de palavras, estás só, só na carne que clama pelo prazer que sentes na alma! <br />
<br />
Também eu já não sei, não sei nada… sei que trago no corpo sorrisos únicos! E nos meus sorrisos de alma farei com que te abandones em mim! Na hora do prazer não há timidez, há um querer bruto e fero de tanto sonhar! E o mar cobrirá a praia naquela hora entre a lua e o sol, hora fugaz de vida sonhada. É o momento dentro de nós. <br />
<br />
E a minha rosa negra ficará tatuada em ti no sorriso que esboçarás na calada da noite. Eu terei um sorriso único na calada de um amanhecer.</span><object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/jvrESL1dYbE&hl=pt_PT&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/jvrESL1dYbE&hl=pt_PT&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" width="425" height="344" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed></object></span></span></span>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-66165721890408498692010-02-25T10:28:00.001+01:002010-02-25T10:35:36.858+01:00madrugada @@@<div style="text-align: right;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk0JfLZWUVei8oxgQj_AJeE-ZFuocjP2MbkzVN7P9r3gEGQmzlelq0UtRQZDMrZl5M5ACyYYVGIDJmrMfXyb0svT7KArLex5MYOAuPHecr8uMDbfFE63oo_Qs7Ux2h7iNJ-tzKFU3wxEY/s1600-h/16163069.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk0JfLZWUVei8oxgQj_AJeE-ZFuocjP2MbkzVN7P9r3gEGQmzlelq0UtRQZDMrZl5M5ACyYYVGIDJmrMfXyb0svT7KArLex5MYOAuPHecr8uMDbfFE63oo_Qs7Ux2h7iNJ-tzKFU3wxEY/s320/16163069.jpg" /></a></div><span class="z19Dle" id="col-z13yvfnhrqusinq4204cezh4dxevtrooayc0k"><span class="zo">Há mil e uma madrugadas… <br />
Chego entre a lua e o sol nascente <br />
Serena e lenta num buscar de ti <br />
Na minha pele um sorriso quente <br />
<br />
Trago na carne desejos anelantes <br />
Trago no corpo a rendição <br />
Sou fogo em hora de paixão <br />
Sou barco em ondas desejantes <br />
<br />
Sou em ti o desejo procurado <br />
Sou a palavra no poema encontrado <br />
Sou o sonho do deleite a acontecer <br />
Sou o corpo rendido num perder <br />
<br />
E são tantas as rosas em desejos de um amanhecer… @@@</span></span><br />
<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/o-MtyXrgnDU&hl=pt_PT&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/o-MtyXrgnDU&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-49888845328534742562010-02-14T18:10:00.004+01:002010-02-14T18:27:42.935+01:00carne vale @@@<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipZk1WhwCcNBU0yk485pcJI3azYbdm47G0_7HEDhCtFS5NLCIbh4csH9Pcnlympx8I9jD8uIOGpINhMLaYE7txoulmRRO4pSwuvXjlZcDtcAmD02STozMu0VAtXYTKoOsDq3ndnu98WwY/s1600-h/Eternity_wallpapers_5511_1024x768.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipZk1WhwCcNBU0yk485pcJI3azYbdm47G0_7HEDhCtFS5NLCIbh4csH9Pcnlympx8I9jD8uIOGpINhMLaYE7txoulmRRO4pSwuvXjlZcDtcAmD02STozMu0VAtXYTKoOsDq3ndnu98WwY/s320/Eternity_wallpapers_5511_1024x768.jpg" /></a></div><br />
<br />
Esta sou eu num carne vale. Com vinte anos a vida tem um sabor que só muito mais tarde descobrimos. Os vinte anos são sempre arrojados! Temos o mundo todo nas mãos. Num intercâmbio de faculdades, fui uns dias para a minha cidade de acolhimento!!! Paris é sempre diferente seja em que altura for. Mas eu conheço-lhe os cheiros, as ruelas, os bas-fond, as pequenas tavernas de comer barato entre vadios, estudantes sem dinheiro como eu, mulheres sem rumo! A pimenta dos pratos não se compara ao picante da vida aí. Somos quatro jovens cheios de fome. Entre risos por tudo e por nada, decidimos: este ano vamos dançar no carnaval. Amanhã será dia de festa numa discoteca brasileira! Eu ri-me. Temos sempre saudades da música da casa mesmo quando o cantar tem outra toada! Pedro avisa-me sobre o meu vestir. A casa onde vamos exige um vestir mascarado a primor, mas garante que vale a pena! Francisca garante que estará no seu ambiente – ela é sempre sofisticada!<br />
Eu rio-me por dentro. Tenho planos feitos há meses. Sei que um ele especial estará lá. Não saberá nunca quem sou. Será meu cavaleiro andante por uma noite, porque assim o decidi. A sedução começará no meu saber estar nessa noite. Sou muito simples no vestir, calças de ganga metidas dentro das botas no inverno, calças à pirata, minissaias, sapatilhas. Mas também gosto da sofisticação de vez em quando.<br />
Mas esta noite não. Francisca olha surpresa para o meu vestido negro estendido sobre a cama. É lindo! Tem um corte tão diferente! Eu sei e mostro-lhe a minha máscara, cobre-me quase todo o rosto e tem uma rosa negra de lado. Mostro-lhe também a minha écharpe negra com pequenas rosas vermelhas que a salpicam e que dão um tom quase estridente ao vestido. <br />
- Jura, Francisca, jura que nunca dirás quem eu sou. Os outros dois também saberão, mas eles já prometeram e eu confio. – Tens planos, não é verdade? Sim, tenho planos para uma noite. Tenho vinte anos e quero conhecer o sabor de um homem. Quero saber o prazer na carne. Mas não digo isto em voz alta. Ela não entenderia. – Juro! Diz ela numa vénia cómica. Eu rio-me.<br />
Sei que não sou bonita, mas sei que sou diferente. Sei do que sou capaz! E aos vinte anos as certezas são enormes. Sei que serei capaz de o atrair, de ser mulher, de ser fêmea à conquista e esta noite será minha. O meu corpo expande-se no querer, neste desejo de dentro que se sente por onde passo. Não me interessa! Esta sou eu em noite de carne vale. <br />
Depois? Depois não interessa, desde que eu mantenha os meus pés na terra. Vou fazer como os meus amigos cubanos dizem, mañana es mañana. Carpe diem, neste caso, a noite e ela é minha.<br />
Diante do espelho sorrio à minha imagem! O cabelo apanhado e escondida a cara na máscara. Tenho paillettes prateadas no corpo todo. O perfume é leve e insolente. O ligeiro toque de batom brilhante na minha boca condiz com as rosinhas vermelhas na minha écharpe. Levo sandálias negras também, leves para eu poder saltar à vontade.<br />
Francisca nem quer acreditar. Tu devias andar mais vezes assim. Pois sim, desde que seja carnaval, rio-me. Os nossos dois acompanhantes ficam pasmados a olhar-me. És mesmo tu? Sou, sou eu em noite de carne vale. Coitado daquele que te quiser esta noite! Eu sorrio e nada digo.<br />
As músicas sucedem-se. Atingi o meu alvo num ápice. Francisca ria-se dos olhos dele brilhantes quando me olhava. O meu amigo já nem repetia eu disse, eu disse. Dói-me os pés das sandálias. Mas hoje tudo é permitido né? <br />
E, de repente, a lambada surge nos corpos suados e brilhantes! O meu batman já não esconde a sua cara. Quer conhecer a minha! A lambada que dançamos deixa-o quase louco! Eu rio-me feliz. Tiro as sandálias e o chão mais fresco é prazer nos pés em fogo. As nossas ancas tocam-se nessa lambada suada. Rindo, o batman diz-me que não me quer cinderela. Não sou cinderela e o meu corpo mostra-lhe o meu agrado. Ele agarra a minha mão e o beijo é intenso e demorado! <br />
Súbito, deixo a lambada. Pego nas sandálias e fujo correndo! Francisca corre atrás de mim. Então?!!! Deixaste pelo menos uma sandália?!!! Abraço-a e num tom cómico trágico grito-lhe bem alto: ele virou sapo!!! Vamos dormir? Já não aguento os meus pés, o som da lambada e o cheiro do tabaco! E a minha língua sabe a papel de música.<br />
No dia seguinte, ela esperava o meu acordar. Conta depressa o que se passou, quero saber tudo direitinho. Eu rio-me. Não estou triste nem desiludida. Um dia eu serei mulher para um homem e não vou precisar nem de máscara, nem de um vestido negro nem que seja dia de carne vale.<br />
Nos dias que faltaram para o meu regresso, passava muitas vezes pelo batman. Ele olhava-me estranho às vezes. Eu pensava que ele era mesmo um sapo. Ficou-me a recordação de poder ter sido cinderela numa história que não encantaria ninguém.<br />
Outro dia, talvez eu conte uma história de encantar com sapos que são príncipes e com belas que são mesmo belas. E sem esquecer que qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. <br />
<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/WSP1AJEg-8o&hl=pt_PT&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/WSP1AJEg-8o&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-52841779103416424002010-02-12T10:45:00.000+01:002010-02-12T10:45:07.528+01:00Confesso @@@<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje as palavras saem-me num assomo de raiva. Escrevo pensando nas de Miguel Torga do seu Livro das Horas. <br />
<br />
E, aqui, me confesso mulher! Anjo, muito poucas vezes! Humana, muitas vezes! <br />
<br />
Confesso as minhas virtudes e os meus defeitos. Confesso o meu ser mulher amante, dócil, arisca, menina e serpente. Confesso o meu querer viver e afirmo a minha liberdade de ser assim como sou! <br />
Não me venham com falsos pudores, não me interessam as moralidades balofas de uma sociedade que nos agrilhoa em pensamentos, actos e emoções! Ama assim! Odeia assado! <br />
Recuso esse viver e levanto bem alto esta minha liberdade de ser anjo ou demónio, conquistada com sangue e lágrimas, tantas vezes! <br />
<br />
Renego os sorrisos de um não querer! Recuso a falsidade de um amo-te! Abraçarei um gosto de ti. Farei sempre amor como se fosse a última vez. E nunca, nunca pedirei perdão de gozar o prazer que busco incessante na minha luta de vida a conquistar. <br />
Tenho os meus sonhos! Não mos tiram! Conquisto-os um a um. Já aprendi há muito tempo que nada cai do céu! Os deuses andam demasiado ocupados com as suas quezílias para olharem por nós. <br />
<br />
Aqui diante de mim me confesso possessa dos sete pecados mortais! Já depus as minhas asas há muito tempo!!! <br />
Tenho inveja, às vezes, da inconsciência de alguns seres humanos! É tão mais fácil viver responsabilizando alguém ou algo pelas coisas que acontecem! <br />
Tenho raiva dos eternos inocentes do não pecar! <br />
Tenho vaidade e salto de alegria quando atinjo o meu objectivo! <br />
Tenho preguiça de olhar os defeitos dos outros! <br />
Tenho em mim a gula do meu prazer a conquistar eternamente! <br />
A avareza existe em mim sim! Sou avara das ternuras lúcidas e suaves! <br />
E a luxúria está no prazer, às vezes com dor, com que me entrego todos os dias, aqui e ali! <br />
<br />
Também me confesso esta minha condição humana, este meu ser Abel e Caim, o ser anjo expulso de um paraíso! <br />
Confesso este tudo que sai dentro de mim! <br />
Me confesso, aqui, diante de mim, ser eu, assim! </div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZjVPw8XvNy9178Xw65iBs8Jc4zHyNMIaW3RhC6K4CalxrR2_wXPazARh4WD1MKYZRwOXO0Zf56Fp9Y8PLVSYx5QfZEbJeKFQBDrn1hQHA9HhmD4BZVkwX45H_HrZVnw8PGn4ZpdIWLRQ/s1600-h/vermelho+-+C%C3%B3pia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZjVPw8XvNy9178Xw65iBs8Jc4zHyNMIaW3RhC6K4CalxrR2_wXPazARh4WD1MKYZRwOXO0Zf56Fp9Y8PLVSYx5QfZEbJeKFQBDrn1hQHA9HhmD4BZVkwX45H_HrZVnw8PGn4ZpdIWLRQ/s320/vermelho+-+C%C3%B3pia.jpg" /></a></div>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-14463542612211724952010-02-01T11:45:00.000+01:002010-02-01T11:45:59.748+01:00sorriso vadio @@@<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIq7BnWPwkDo6gs8ZTtOnEhntyxWFcU8Y-JZ4cp9NTncZmSmJ0TZ8_4mf1KHla7l1DB5m30-nsaMLgDDo_DgGtT-WQwrGdDdzGEN86XPZWIfvdtQSuy9wRadqi_PHtUIawRUBUtY_ko5E/s1600-h/view=original&photoid=9288285.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIq7BnWPwkDo6gs8ZTtOnEhntyxWFcU8Y-JZ4cp9NTncZmSmJ0TZ8_4mf1KHla7l1DB5m30-nsaMLgDDo_DgGtT-WQwrGdDdzGEN86XPZWIfvdtQSuy9wRadqi_PHtUIawRUBUtY_ko5E/s320/view=original&photoid=9288285.jpg" /></a></div><h2><span class="skinCounter big"></span></h2><!-- <a href="/aeriene/blog/action=updateUserOptionView&option=detail">Detail view</a> <a href="/aeriene/blog/action=updateUserOptionView&option=list">List view</a> --> <div class="left540"> </div><div class="left540">Há a lua e o sol. </div><div class="left540">Há um querer e um desejar. </div><div class="left540">Há esta terra e esta água. Há mares sem praias. <br />
<ul class="blogList"><li class="blog dimmedBorder clearfix"><div class="body smiley clearfix">Há aquela luz única que une por momentos a lua e o sol. <br />
<br />
Depois há aquele spleen vindo do nada. Sente-se no corpo e na alma. <br />
Há o prazer de cheiros inebriantes. <br />
Há um existir por dentro. <br />
<br />
«E também quando…» sou ilha a explorar. <br />
O meu corpo abre-se em enseadas que prometem. Nele há promontórios, há um bosque, há colinas e uma planície onde se espraiam mãos acariciantes. <br />
O meu corpo esquece outras tormentas no gritar silencioso do prazer. <br />
<br />
O mundo todo gira nessa dolência infinita de uma serenidade única. <br />
E parto num sorriso que será sempre vadio. Levo comigo um momento único que é meu. Instante tão vadio como o sorriso. <br />
Agora vou… no corpo tenho a leveza de um prazer acontecido. <br />
Um outro dia… um outro lugar… um outro sorriso vadio. </div><div class="body smiley clearfix"><br />
</div><object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/UYV1KDTAiMo&hl=pt_PT&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/UYV1KDTAiMo&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object></li>
</ul><br />
</div>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-33494393406288477752009-12-27T13:29:00.001+01:002009-12-27T13:32:15.292+01:00feliz natal @@@<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidkcuWVby85B0Nl2LfKP-WJ_eCTKG4y_TWXNAXv83gXCwIjjry2PtchHFJdsLC9pp-bikZBCXDl8y1g2pO6fU_Yfq0kaZVM_HSV44kUvjIh8_bNoUhZkGsvc4XtBYaRiS0w-uzE8D1KFk/s1600-h/15661057.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidkcuWVby85B0Nl2LfKP-WJ_eCTKG4y_TWXNAXv83gXCwIjjry2PtchHFJdsLC9pp-bikZBCXDl8y1g2pO6fU_Yfq0kaZVM_HSV44kUvjIh8_bNoUhZkGsvc4XtBYaRiS0w-uzE8D1KFk/s640/15661057.jpg" /></a><br />
</div>Era uma vez… há muitos muitos dias eu escrevi um texto sobre Fernão Capelo Gaivota. Apenas porque é um filme, palavras, música de vida para mim. <br />
Resolvi partilhar neste Natal esses meus pensamentos e acrescentar-lhes algo. <br />
Não tem nada a ver com o Natal? Tem sim! <br />
<br />
É a história de uma gaivota, o seu sonho de voar. As suas asas são cantadas em céus de sonho e mares que se misturam. Nesse voo solitário mas divino, também eu estou, estamos todos nós. <br />
A história de Fernão Capelo Gaivota – o mar, a ave que voa, a música – faz sonhar. Imagens e música são um hino à vida, um hino ao sonho, sobretudo à capacidade de sonhar, mesmo que se caia! E tantas vezes caímos! Tantas vezes nos levantamos! Temos essa capacidade enorme e bela de se ser louco! <br />
<br />
Voar, querer ir sempre mais além, não ficar parado à espera que os deuses se dignem olhar-nos, sermos nós a pedir-lhes o sangue (que certamente eles retomarão) que nos tiram sempre que vivemos. É a mensagem da gaivota, símbolo de homens inteiros capazes de partir em busca do sonho e o mais importante não é o atingir do sonho – há sempre novos horizontes para descobrir quando chegamos à primeira linha. O segredo está sim nessa busca permanente, na luta às vezes dolorosa, mesmo que nunca cheguemos à linha do horizonte. O importante é partir, é buscar, é ter fé, acreditar que a vida é sempre mais além. Acreditar! <br />
<br />
E sempre que acreditamos, é Natal! Sempre que nos levantamos depois da luta dolorosa, é Natal! Porque ressurgimos. Porque renascemos. <br />
Porque somos vida a acontecer! <br />
Natal é este ser capaz de ser louco em sonhos de humanidade! <br />
<br />
Era uma vez… o Natal que acontece sempre que sonhamos. <br />
Feliz Natal num sorriso @@@<br />
<br />
<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/gnJVgXL9Qcc&hl=pt_PT&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/gnJVgXL9Qcc&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-13359634020538177292009-12-13T20:11:00.000+01:002009-12-13T20:11:48.521+01:00A árvore é altiva na sua solidão. Os seus contornos verde-negros recortam-se num céu nunca antes visto. <br />
Há infinitos matizes azuis. <br />
Há cinzentos variando entre o escuro e o pálido. <br />
Há nuvens pintadas e disformes. <br />
O vermelho é violento. <br />
O sol raia neste amanhecer. <br />
<br />
Tenho raiva das palavras a dizer. <br />
Sacudo-me violenta neste acontecer de mim. <br />
Os meus olhos assumem o escuro profundo de uma guerra a vencer. <br />
Perdi-me em emoções tingidas de cinzento ora pálido ora escuro. <br />
Violentei-me em palavras vermelhas de violência inaudita da desconstrução. <br />
As nuvens, que percorriam esta paisagem que era eu, não eram brancas… <br />
O sol raiava em cada manhã… um sol sem luz, fogo fátuo de mim.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLUtgKuVchFnQVGuwzzT3JMWGrMQmGLdfQv6Vc7XcnYy0a92R_gw2Al-qSQNdiXyOQP65zJFZWjsve0pyva-ALh_Mk6GmJ1UQ_moNcZ0x-xTI8kk4HhFiU0KxyhPZaurJTieg1dE0NFE0/s1600-h/6646823.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLUtgKuVchFnQVGuwzzT3JMWGrMQmGLdfQv6Vc7XcnYy0a92R_gw2Al-qSQNdiXyOQP65zJFZWjsve0pyva-ALh_Mk6GmJ1UQ_moNcZ0x-xTI8kk4HhFiU0KxyhPZaurJTieg1dE0NFE0/s640/6646823.jpg" /></a><br />
</div>(…) <br />
O sol, num céu tingido de vermelho, é belo na manhã que raia em mim. Acaricia-me o corpo e aconchego-me nele. Sorrio ao amanhecer assim. <br />
A minha sedução é este amanhecer em ti. <br />
<br />
Sou lenta no acordar. Abro os olhos devagar. A urgência é grande. Quase corro. <br />
É o meu canto dos silêncios e do ser eu. Olho o enorme espelho frente a mim. Nele há horas de pés descalços, de músicas a pautar. Horas de suor, de dor e de lágrimas às vezes. Há horas de cair e de levantar. Há horas de sorrisos e gargalhadas felizes. <br />
Desnudo-me. Hoje a minha viagem é o prazer que procuro em ti. <br />
A água percorre o meu corpo. Tem perfume de rosas a desabrochar. Tenho em mim o cheiro de terra molhada e sedenta depois do calor dormente. <br />
Por entre almofadas de cores variadas, o rosto de menino adormecido, ainda inocente do meu querer, é pouso de raios de sol ainda tenros. A penumbra já se foi. A lua ainda é presença neste céu… sol e lua comungam por breves e raros momentos. <br />
<br />
Suave, aconchego-me. A minha pele apetece uma outra. E há quase raiva nesta minha ânsia de me entranhar em ti, raiva funda de te abalar nas emoções de mim…raiva de tudo o que baila no meu corpo e me agita. <br />
O teu abrir de olhos é surpresa… o teu sorriso é menino perante o meu querer. <br />
E… sinto-me deusa e sinto-me virgem nas tuas e minhas emoções! <br />
Bailo ante ti... serena na provocação! Ergo-me quase “gigante” no meu sorriso que te acolhe! Olho-te provocadora e desafiante... o meu sorriso tem a ternura e o desafio da conquista desejada. <br />
Os meus olhos acariciam os teus no desejo de uma entrega que terás de conquistar! E eu sorrio de novo... de novo te percorro até à tua alma. E tu sorris na expectativa desejada. Talvez saibamos ambos que me terás... que talvez... talvez eu me abandone em ti... ambos sabemos que o caminho a percorrer tem de ser... <br />
As minhas mãos são suaves no tocar-te... fechas os olhos nesse sentir imenso... abres de novo na tentativa de me tocar... e não! As minhas mãos continuam suaves e persistentes te percorrendo... têm apenas a direcção do sentir que te agita... <br />
E a minha pele... o meu corpo agita-se... os teus olhos seguem-no na evolução do sentir... ora se mostra ora se esconde, ora vibra ora se acalma... perscrutas o que nele poderá vir... mas não! Ambos sabemos que há caminho a percorrer para lá chegar... que tem de ser! <br />
Os meus lábios entreabertos jogam num movimento de descoberta... procuras o sabor... ainda não! O sorriso que nasce neles é quase entrega mas... ainda não! <br />
E de novo fechas os olhos... para sentir! E os meus olhos, as minhas mãos, a minha pele, os meus lábios permitem agora o teu sentir! Lentamente a minha pele... todo o meu corpo se abre para ti... mas não! Há ainda caminho a percorrer...as tuas mãos são agora calor em todo o meu ser... encontram em mim a tua sede... o teu desejo! Os teus olhos têm agora a direcção dos meus... dos meus lábios... do sentir.... lentamente também elas me percorrem... e eu renasço nelas para sentir... o teu prazer! <br />
E agora o meu corpo vibra ao calor do teu... <br />
Falta agora o caminho a percorrer... e os nossos olhos juntos... os nossos lábios juntos... a nossa pele em conjunto.... <br />
Agora sim... fecho os olhos... abandono-me a ti e deixo-me invadir... sinto o teu prazer... sinto o meu prazer... e há caminho a fazer... fecho os olhos com força e sorrio feliz na entrega conquistada. <br />
<br />
É o meu amanhecer!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmTBB_zK87rcw_PQsalJTBNTVuzZewKvt0ychyphenhyphenDDmlfJTmohQhoq7SQCmKTTg9GRKE0OQpfnPtj7pzEWU0nwMtVW5p3DRYWoHJtGbdpJgmDLHf91-4Tzw9hKF4mO6IfKFkjfM-N79Cy7s/s1600-h/marmulher.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmTBB_zK87rcw_PQsalJTBNTVuzZewKvt0ychyphenhyphenDDmlfJTmohQhoq7SQCmKTTg9GRKE0OQpfnPtj7pzEWU0nwMtVW5p3DRYWoHJtGbdpJgmDLHf91-4Tzw9hKF4mO6IfKFkjfM-N79Cy7s/s640/marmulher.jpg" /></a><br />
</div><br />
<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/1UsTFaFyzG8&hl=pt_PT&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/1UsTFaFyzG8&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-70059908240786271442009-12-08T10:16:00.003+01:002009-12-08T10:21:27.363+01:00«Não sei por onde vou,<br />Não sei para onde vou<br />Sei que não vou por aí!» José Régio, Cântico Negro <br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/736tn8uB1cA&hl=pt_PT&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/736tn8uB1cA&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Olho um horizonte imenso! Uma lua vermelha projecta-se nos meus passos. Os meus olhos têm a cor dessa lua. É sangue, é dor, é raiva em mim.<br /><br />Dizem-me «vem por aqui!» E dizem-me «Falo honestamente o que penso!»<br />Repetem, estendendo-me a falsa segurança de um abraço «estou aqui… anda… vem por aqui!»<br />E eu olho… nos meus olhos há a luz vermelha desta lua! Nos meus olhos, há ironia, cansaço, incredulidade, espanto! Ergo a minha vontade como bandeira ao vento e digo não vou por aí!<br />Não quero as palavras ocas de um não saber sentir. Não quero regras de não saber sonhar. Recuso caminhos feitos e liberdades vazias. Digo não a essa honestidade de ferir. Não quero palavras que matam como punhais – palavras tão sanguinárias como esta lua!<br /><br />Eu tenho a minha loucura no sentir. Rasgo a vida como rasguei «o ventre de minha mãe». Amo os sorrisos e as rosas. Amo o vento que me devolve o sentir. Guardo na minha carne este saber o prazer. Sorrio aos caminhos verdes da luxúria, recuso os caminhos pardos do não saber sentir.<br /><br />Não me digam «Vem por aqui!» Não me digam «pelo amor de Deus!» Não me falem em boas intenções! Os deuses estão nos céus demasiado ocupados com as suas quezílias. O inferno está cheio de boas intenções! Não me falem em coragem – quem ma dará?! A minha coragem está no sorriso com que me levanto todos os dias!<br /><br />Não queiram que seja isto ou aquilo! Querem-me assim?! Querem-me o contrário de assim?! Tenham paciência! Eu sou, tu és! E tenho direito a ser! E sou o meu destino, sou a minha loucura, sou eu nas minhas dores, sou eu nos meus prazeres, nas escolhas que faço em cada momento. Sou o pecado, os meus pecados! E nunca pedirei perdão de gozar esse pecado que é a minha entrega. Sou filha de deus e do diabo, escolho os meus caminhos, sigo a minha loucura. <br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijCvl2kPdRVxquuxZSirbmHPiN6O3ubB2mT2WCXoKXaLgAGc9X4I85j2pYxJ0CK0G5GXtkBmB_nc5b15noEmjQMP23Wyj_6ztp-WOSD4hD4vilAbbcsKsFaxgOWuofiiIEfSvX7Fx_pSQ/s1600-h/8406464.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 182px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijCvl2kPdRVxquuxZSirbmHPiN6O3ubB2mT2WCXoKXaLgAGc9X4I85j2pYxJ0CK0G5GXtkBmB_nc5b15noEmjQMP23Wyj_6ztp-WOSD4hD4vilAbbcsKsFaxgOWuofiiIEfSvX7Fx_pSQ/s320/8406464.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5412792703493686674" /></a><br />A lua vermelha é agora a luz que me ilumina. E, suavemente, as lágrimas deslizam no meu rosto. Tenho na mão uma cesta vazia. Por trás de mim há vozes. São as vozes de um aprendemos! São vozes de um «não vou por aí»! Uma a uma, as vozes chegam-me íntimas num olhar, num sorriso e em flores que vão enchendo o meu cesto. As palavras de um cântico negro são brancas na pureza do sentir. Todas diferentes, as flores têm três anos de comunhão, de lágrimas, de dor, de alegria, de partilha de sorrisos, de aconteceres, de um crescer sempre, têm o querer agarrar a vida no devir.<br /><br />No meu rosto, as lágrimas brilham de felicidade sob a luz intensa do meu desnudar ali. E as minhas palavras nascem sob esta luz vermelha. Talvez eu… talvez tu e tu… façamos uma mudança no mundo…Talvez eu… talvez tu… encontremos a chave das estrelas e, quando olharmos o céu, só precisaremos de ouvir a voz do coração. Talvez eu… talvez tu… sejamos chama que ilumina. Talvez eu… talvez tu… sejamos a diferença no mundo a construir.<br /><br />Levanto o meu cesto como um facho. O meu rosto, os meus olhos, o meu corpo enfrentam o vendaval que se levanta noutros olhares. A minha voz afirma a certeza «sei que não vou por aí!»<br />E sou feliz!aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-76122901425059671412009-11-18T18:07:00.002+01:002009-11-18T18:13:06.035+01:00entardecer @@@<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMrD6Km2Qq02NXYmiY11SGkLQUekfI8lMatAUqAW8S7J1TRYalrCsPBaqKjpPDCbZr86skW0DqukN-_uh4eTVho11hqQCKDFdOSeTcdOfIDrereISL1kFNTgM0Gbed4Zsr417De2eU_rg/s1600/999166.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 145px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMrD6Km2Qq02NXYmiY11SGkLQUekfI8lMatAUqAW8S7J1TRYalrCsPBaqKjpPDCbZr86skW0DqukN-_uh4eTVho11hqQCKDFdOSeTcdOfIDrereISL1kFNTgM0Gbed4Zsr417De2eU_rg/s320/999166.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5405492447428584514" /></a><br /><br />Fecho os olhos com força. Enterro o corpo todo na areia quente. Espreguiço-me desejante. Tenho os olhos quentes deste pôr de sol muito vermelho na minha frente. Os acordes de um bolero longínquo envolvem-me num desejo tão único como o vermelho deste entardecer. A minha pele fervilha já não sei se do calor do sol se do desejo que se acende na minha carne.<br /><br />O bolero cresce devagar. Aqui e ali os acordes anunciam a chegada de turbilhões de sons na harmonia desconcertada de uma dança de corpos em paixão.<br /><br />Abro os olhos de repente. As suas mãos estão mais frescas do que a minha pele. Arqueio o corpo de prazer ao som da carícia. Ele ri-se. Rio-me nos seus olhos naquela espécie de timidez atrevida que nasce do desejo. Ele sabe, ele sente. Provoco-o na languidez do querer. Os nossos rostos tocam-se. Os meus lábios são suaves no percorrer da sua pele. Sussurro no seu ouvido, por entre os acordes ainda suaves do bolero, um apeteces-me. Olho-o. Gosto de ver nascer assim o desejo num homem. As minhas mãos percorrem a sua pele também quente de sol e desejo. O bolero entra em crescendo. Aqui e ali o meu toque é um agarrar a carne. Conquisto, lenta, o seu desejo e o meu prazer. Também ele busca em mim esse gozo único da posse.<br /><br />O bolero cresce e cresce. A minha urgência é a sua urgência. Ora lento ora frenético os corpos tocam-se. Afastam-se num querer respirar. Logo se juntam no dar. Mãos, bocas, pés misturam-se na areia quente do entardecer. Agora o prazer não é lento. Agora a busca faz-se no crescendo da dança de um bolero de Ravel.<br /><br />As ancas colam-se em movimentos quase frenéticos. Os corpos rolam no querer, cativos e senhores. As mãos soltam-se em desvairadas carícias. Cada vez mais forte, o bolero impõe-se em compassos de entrega ao prazer. O sol afunda-se cada vez mais no mar fervilhante de vermelho.<br /><br />Abro os olhos para sentir o prazer. E os seus olhos nos meus são chama me querendo. A minha pele queima no receber. O bolero atinge os espasmos finais. Forte, como o ribombar de uma tempestade, os seus acordes entranham-se na carne. Fecho os olhos com força. Sinto o fogo que me invade. Quase grito. O som final do bolero invade tudo num atroar de tambores.<br /><br />O sol é vermelho. Este silêncio súbito é vermelho. Este bolero tem a cor vermelha da paixão.<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Lnut9tB78BE&hl=pt_PT&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/Lnut9tB78BE&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-63310502274766517272009-08-15T11:02:00.004+02:002009-08-15T11:12:58.151+02:00lembras? @@@<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://pt.netlogstatic.com/p/oo/014/294/14294711.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 540px; height: 325px;" src="http://pt.netlogstatic.com/p/oo/014/294/14294711.jpg" alt="" border="0"></a><br /><br />Com esta chuva e este vento é impossível deter as palavras que se atropelam na minha cabeça! Às vezes apetece-me gritar “pára meu coração, não penses! Deixa o pensar na cabeça!” Saboreio esta modorra da não urgência do fazer. E agora sim! Entrego-me ao prazer da memória da chuva a lavar-me a alma no corpo, no cabelo e na cara molhados! Entrego-me a este prazer físico total de a sentir no corpo assim... enrosco-me em mim e sorrio! Sorrio na memória do meu desafio infantil ao vento e às nuvens que parecem tocar-me tão carregadas que estão! E sou eu ali porque estou ali, porque quero estar ali!<br />E apetece-me estar confiante, acolher-me no seu seio e gritar “Ó céu! Ó chuva! Ó vento! Levando-me passai!” Esta é a chuva, este é o vento e esta sou eu!<br /><br />As minhas mãos são pequenas, sabes?! Mas às vezes tenho a sensação de agarrar o mundo todo... e elas crescem em feitiço!<br /><br />E a chuva bate agora forte e a catadupa de imagens minhas e tuas quase me sufocam!<br />E acendo um cigarro – já não fumava e agora, de vez em quando, o cigarro é apetecível – olho a chuva semicerrando os olhos. Agora não a vejo, apenas a sinto!<br />De novo sentada tenho na cabeça e nos meus sentidos em alerta aquele “era uma vez...” e perco-me na memória de vozes cadenciadas num ritmo milenar do contar a vida!<br /><br />De novo me levanto. Hoje existo neste vento que arrasta a chuva! “Sei que posso nadar contigo... confio em ti os meus medos... sei que me trarás de volta à mansidão da praia... sinto-me aqui porto de abrigo seguro... és menino confiante no mar que te embala e que sou eu...! E depois serei eu buscante de porto seguro em ti... porque também eu sei que voltarei e aí sim... abandonar-me-ei então... sem amarras nem defesas... e serei eu também... rendida...<br /><br />E, vento, em nós não haverá nunca nem antes nem depois. Apenas existiremos enquanto existirmos! Nesta ânsia infinita de ser que nos aproxima, nesta busca de ser tudo de todas as maneiras, revemo-nos e gostamos. E a nossa prisão só existirá enquanto for libertação! Só somos sendo e nada mais, enquanto a construção se faz, enquanto não se esgotar o tu e o eu! E aí talvez sejamos nós numa história de encantar, numa história de “Era uma vez... num reino muito distante... há muitos muitos anos...”, num tempo, num lugar, aí seremos nós!<br /><br />Assim quero ser em ti. Ainda não desnudei o meu rosto do sorriso feiticeiro e olhar de encantar. Terás tu de o desnudar, terás tu de descobrir o feitiço, se fores capaz...! Terás tu de me fazer desejar o prazer que te quero dar...<br /><br />num sorriso per te @@@<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/N7zzT2HNrJw&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/N7zzT2HNrJw&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-39185447296923501312009-07-19T19:27:00.005+02:002009-07-19T19:43:25.630+02:00Genesis«No princípio criou Deus os céus e a terra.<br />E a terra era sem forma e vazia.<br />E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz.<br />E chamou Deus à porção seca Terra; e viu Deus que era bom.» Génesis in Bíblia <br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkjwKL3Uyxu5MtYAHhsti-PchNpvVjyUZuq40m8og3jBhPpiHww4Q-whSzcg4e3yKPaEm-mGXbU3nUMX577ZJAEIJ-R8YLz7p0nX5WjDXHZZaaZsCIlKaSChMbmUB4fRNd9YLSg3b8XwQ/s1600-h/8871764.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 194px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkjwKL3Uyxu5MtYAHhsti-PchNpvVjyUZuq40m8og3jBhPpiHww4Q-whSzcg4e3yKPaEm-mGXbU3nUMX577ZJAEIJ-R8YLz7p0nX5WjDXHZZaaZsCIlKaSChMbmUB4fRNd9YLSg3b8XwQ/s320/8871764.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5360228030530592402" /></a><br />Tenho os olhos cheios desta terra amarela. Fati põe a música aos berros e dança ao volante a uma velocidade impensável em trilhos de cabras, dromedários e berberes. Dou gargalhada e danço também. Mas é quase impossível não bater com a cabeça no tejadilho do 4x4 neste caminho de pedras amarelas, cortado aqui e ali por ervas secas e rapadas de que não sei o nome. Todo o dia o amarelo da paisagem inundou-me os olhos – uma caverna onde morre a amada de um paciente inglês, caminhos de estrelas, casas amarelas de trogloditas com uma «plantação» de uma batata abrigada do sol amarelo por uma couve. Ali o verde teima em querer vingar nesta terra de areia. Trago na alma um bocado de pão molhado em azeite e um chá que queima, foram verbo em tempo de partilha.<br /><br />A velocidade inebria-me e estonteia-me esta música que tem ritmo de lonjuras e a languidez do amarelo de um luxo decadente. De repente, Fati faz pião, eu grito. Pára e salta cá para fora. E o seu corpo grande e torrado pelo sol serpenteia em harmonia com aquela música. Não penso. Salto também e danço seguindo-lhe o ondear do corpo. Rio-me feliz nos olhos dele. Esqueço o amarelo por instantes e o ouro daquele sol invade-me numa carícia ardente. E é bom.<br /><br />«E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.» Génesis in Bíblia<br /><br />Caio ofegante no banco de trás. Hamid, o guia, também se ri e diz que esta terra amarela produz estes sorrisos em gente que procura o verde ansiado da vida. Não chove há quatro anos e as pedras esfarelam-se, às vezes, debaixo das rodas. E a terra surge redonda no horizonte e sempre amarela! Já não atento na música. Aqui e ali, na paisagem sem fim, recortam-se cabras e figuras negras ao lado de tendas rentes ao chão – abrigarão os seres viventes na noite que chegará vermelha em assobios de vento, trazendo dentro de si o frio tórrido da noite. Suspiro, cansada do amarelo e fecho os olhos. Relembro emoções, sinto os sorrisos de caras precocemente envelhecidas pelo sol.<br /><br />Fati quase grita no aviso da chegada. Abro os olhos e fico perdida no verde. Por uma nesga vejo o céu, eternamente azul, emoldurado por esse verde luxuriante da vegetação. Pasmo perante palmares numa paisagem de sonho e o verde é gritante quando me fere os olhos habituados ao amarelo. A areia que piso é tão fina que se entranha na pele, a água é quente – sai do solo a cerca de quarenta graus. Não espero e, rapidamente, junto-me a outros nesta água onde o verde das palmeiras e o azul do céu se projectam numa simbiose única. O paraíso deve ser assim, é prazer nos olhos e na carne.<br />E a vida explode num oásis. E é bom.<br /><br />«E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.<br />E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom<br />E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só.<br />E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher. E disse: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada (…) e serão ambos uma só carne.» Génesis in Bíblia<br /><br />Preparo-me para o jantar. A roupa azul condiz com o ambiente. Na testa uma espécie de tiara também azul. Fati olha-me com espanto e faz uma vénia cómica. Olho este pôr de sol único e sempre vermelho. Os deuses marcaram a fogo esta terra e esta gente.<br /><br />Céus! É tão belo! Alto, adivinha-se-lhe o corpo elástico e musculado sob as vestes negras. Na cabeça o litham também negro. Os olhos de um azul intenso brilham na pele quase negra do sol. Ali Babá e os quarenta ladrões! São eles que nos servirão o jantar. Sinto-me perdida no meu filme de cavaleiros de desertos encantados. A gruta que se abre é esta música e estes archotes que iluminam um mundo novo.<br />E o meu Ali Babá sorri-me. E a magia perde-se em dentes negros de alimentos picantes que ajudam a suportar temperaturas inimagináveis para mim. Esqueço rapidamente esse sorriso e concentro-me nos seus olhos. Têm a sensualidade da areia quente no corpo.<br /><br />Na noite, sento-me com ele, lado a lado, olhando estrelas que nunca vi. Não falamos – mesmo a doçura da língua francesa seria empecilho no partilhar de um céu assim. Ele apenas me sorri com os olhos quando me fita. E o azul brilha intenso na noite. Fixo um horizonte que ainda não entendi. Deixo-me envolver pela noite de um homem do deserto. A meus pés, a extensão da areia é tão infinita como este céu que me inunda.<br /><br />«E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.» Génesis in Bíblia<br /><br />Sou mulher. O homem a meu lado tem a vastidão do deserto de areia branca e do negro das suas vestes. Dá-me a mão. Sinto o seu pulsar. E, lentamente, a minha respiração repousa na dele. Deixo-me existir assim, sentir o que nunca senti. Não quero perturbar este silêncio de vida na noite e na paz das estrelas. Quem és tu? Que vida a tua? Que língua me falas? Que canção trazes tu neste teu seduzir-me? Que noites? Que céus? Que estrelas me prometes? Desnudas-te! Desnudo-me! E na noite do oásis, a alma grita a vida que corre frenética na sua evidência.<br />E é bom.<br />Estendes-me a outra mão, nela uma rosa do deserto: é areia e sal. É vida!<br />Voltarei.<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/do7yeVbcNnY&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/do7yeVbcNnY&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-6184825645019952402009-06-27T21:10:00.007+02:002009-06-28T17:18:32.274+02:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrIgmr_7lTrQPlEN49tSAozJOM1Oz7Z00SuiB1JhurUtyrnpRSpFbNpC091un585SCmIZqu4EDuK0dQ7r1gxNm4YtDU4-gWUEb9Je8kl7b8KW8ipVKRP-F4fkA7ScXExjY4fglQKNWx4Y/s1600-h/7603190.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 320px; height: 227px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrIgmr_7lTrQPlEN49tSAozJOM1Oz7Z00SuiB1JhurUtyrnpRSpFbNpC091un585SCmIZqu4EDuK0dQ7r1gxNm4YtDU4-gWUEb9Je8kl7b8KW8ipVKRP-F4fkA7ScXExjY4fglQKNWx4Y/s320/7603190.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352087409788424002" border="0"></a><br /><br />«Aquela cativa<br />Que me tem cativo,<br />(…)<br />Pera ser senhora<br />De quem é cativa.» Luís de Camões <br /><br /><br />Solto as fitas do cabelo preso em horas de luta.<br />Olho o enorme espelho frente a mim. Estou, finalmente, só.<br />O meu cabelo húmido e as pérolas de suor no meu rosto reflectem as horas de esforço. Sacudo a cabeça de novo. Os cabelos volteiam. Alguns colam-se na minha face. E a leve brisa que desprendem, sabe-me bem – é frescura. Os meus olhos estão mais escuros e brilhantes no contraste das paredes claras reflectidas no espelho. Como que reflectem a cor negra das minhas calças e teeshirt.<br /><br />Sento-me, lentamente, no chão. O meu corpo foi levado quase até à exaustão, até àquele não mais poder e, no entanto, continuar. São os músculos treinados até ao seu ponto máximo de elasticidade. Tiro as sapatilhas e acaricio os meus pés húmidos na necessidade de os libertar do cansaço. Deito-me devagarinho. Preciso ganhar alento para o que virá. Estendo-me ao comprido no chão – a sua frescura é prazer em mim, aquele prazer no corpo que me chega à alma. Cabeça ligeiramente inclinada para a esquerda, braços ao longo do corpo, palmas das mãos viradas para cima, fecho os olhos. Respiro suave e conscientemente. Depois, é o soltar de todos os músculos, libertar as amarras que os prendem. O ritmo do meu corpo assim torna-se lento – o compasso do coração é pausado. Esqueço o mundo todo. Esqueço-me de mim.<br /><br />O meu abrir os olhos, o sentar-me, têm o ritmo do pulsar controlado da vida. É a hora! De novo os meus olhos no espelho! A imagem devolvida é de um olhar fundo do meu querer ser. Todos os meus movimentos são estudados na sua lentidão – preparo a minha aparição!<br /><br />E a música começa devagar. No rosto, o chão é, novamente, frescura apetecida. Os meus olhos bem abertos fitam direcção nenhuma. Toda eu vivo por dentro no sentir o sonho que é a canção que danço, o sonho que és tu em mim. Suave deslizo. O meu corpo ondula no sabor lento de um perfume. São as suas ondas que fazem este frémito que me chega pelas narinas e se entranha na minha pele. Os meus lábios entreabrem-se. É o respirar das tuas mãos percorrendo o meu corpo.<br /><br />No meu levantar estão as notas longas de um piano sempre presente, o imenso fluir de um violoncelo, o gemer lânguido de um violino. Os meus pés nus percorrem o chão em voltas ora rápidas ora lentas no acompanhar de uma música per te. O meu pescoço, as minhas mãos, as minhas ancas, movem-se no compasso da música das tuas mãos. Movem-se na direcção que lhes dás no teu tocar-me. Nas tuas mãos estão as minhas noites de serenidade – o meu corpo evolui lento. Nas tuas mãos o meu prazer – giro per te. Olho-te. Os meus olhos têm a direcção dos teus. O meu olhar tem tudo o que baila em mim de ti.<br /><br />E a música eleva-se, surge mais rápida no hino cantado a duas vozes. E eu rodo no chegar até ti – é o querer-te no meu corpo que se abre, enfim, ao teu querer. A música fala da calma de estar assim em ti e tu surges-me em amanheceres de luas redondas e sóis vermelhos. A música fala-me ainda desta dança do sonho que és tu sempre presente e sempre a cativar.<br />Giro imensa no meu sonhar-te. A música entra no decrescendo de um final… e o meu corpo segue-a nos acordes mais lentos. O meu rosto aproxima-se do chão que me acolhe. Pouso lenta. Fecho os olhos no sentir dos meus cabelos molhados. E a paz instala-se.<br />A minha dança teve uma lua, as minhas voltas as tuas mãos me querendo, os meus pés um sol imenso me acariciando, os meus olhos a serenidade em horas de paixão! É a minha aparição! Per te este meu ser senhora de quem sou cativa!<br /><br />Olho o mundo à minha volta! Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii tanta gente! Olhares emudecidos e sorridentes fitam-me… coro até à raiz dos cabelos. Aqueles olhares conhecem-me, mas não me sabem em horas de um per te!<br /><br /><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxr81lMIUeuOKSVlKLbG38BAcvjJJEGajYMxt54Wk_skGBK3pQJybxYYGpH2LAs9V_cGCrTYa3MUR1r33Iv' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-18111656584357406742009-06-27T20:12:00.002+02:002009-06-27T20:14:43.217+02:00@@@<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0EDSMR80d_J6wJ-6SoVb_P7grC16OkQXkAiHP0BTBcICGyLacjK4kq6Ppk9117gfuuP08V1JwObpmn43IhSU1luaIvjp-yxQH_Vcm-hNraUUQEaCn3cvaEjpNtay2WoR8o7_ANRdLnSQ/s1600-h/a7428d39ef3b610f.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 243px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0EDSMR80d_J6wJ-6SoVb_P7grC16OkQXkAiHP0BTBcICGyLacjK4kq6Ppk9117gfuuP08V1JwObpmn43IhSU1luaIvjp-yxQH_Vcm-hNraUUQEaCn3cvaEjpNtay2WoR8o7_ANRdLnSQ/s320/a7428d39ef3b610f.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352072436212932386" /></a>aerienehttp://www.blogger.com/profile/16959414036231743567noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9143389410040546367.post-72229822174487234902009-06-27T20:08:00.002+02:002009-06-27T20:09:54.995+02:00@@@este é o meu blog
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